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2012 - Livro Vermelho 2013

Paepalanthus ater Silveira CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-02-2012

Criterio: B1ab(i,ii,iii)

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Paepalanthus ater é uma herbácea com ocorrência exclusiva no Morro do Breu, região da Serra do Cipó, no Estado de Minas Gerais. Com baixa frequência, a espécie ocorre em vegetação rupestre de solos arenosos em faixa altitudinal entre 1.300 m e 1.500 m. As subpopulações conhecidas perfazem EOO inferior a 100 km², categorizando-a como "Criticamente em perigo" (CR). Os Campos Rupestres da Cadeia do Espinhaço vêm sofrendo grande pressão de atividades agropecuárias e mineradoras, de forma que as subpopulações conhecidas identificam apenas uma situação de ameaça que, pelo exposto, causa o declínio em EOO, AOO e qualidade do hábitat.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Paepalanthus ater Silveira;

Família: Eriocaulaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie é semelhante a P. superbus e P. revolutus, das quais se diferencia pelas flores muito menores agregadas em capítulos relativamente maiores (Hensold, 1988).

Distribuição

A espécie ocorre no bioma Cerrado, exclusivamente no estado de Minas Gerais (Giulietti et al., 2010). P. ater ocorre apenas no Morro do Breu, na região central/norte da Serra do Cipó, com frequência de ocorrência esporádica (Hensold, 1988; 1996; Biodiversitas, 2005; Costa et al., 2008). De acordo com Hensold (1988), a espécie ocorre em uma faixa altitudinal que varia entre 1300 a 1500m.

Ecologia

As Eriocaulaceae constituem a comunidade herbácea dominante nos Campos Rupestres, crescendo principalmente nos solos arenosos, juntamente com Gramineae, Cyperaceae e Xyridaceae (Menezes; Giulietti, 1986 apud Scatena; Rocha, 1995). A maioria das espécies ocorre em solos arenosos úmidos ou secos, de pH ácido. A família é caracterizada pelo hábito em roseta (morfologicamente) de onde partem escapos, portando inflorescências do tipo capítulo, talvez a característica mais importante da família (Bosqueiro, 2000). Segundo Giulietti; Hensold (1990) as inflorescências de Eriocaulaceae são monóicas, constituídas por pequenas flores díclinas.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade very high
Detalhes Entre o século 16 e a década de 1960, os Campos Rupestres naturais de Minas Gerais foram reduzidos de 29.000 para 5.000 km² (Magnanini, 1961 apud Alves et al., 2007).

1.1 Agriculture
Severidade very high
Detalhes De acordo com Costa et al. (2008) representantes de Eriocaulaceae ocorrem, na sua grande maioria, em áreas de campo rupestre, nos campos entre os afloramentos rochosos em meio a uma matriz graminóide. Estas áreas na região da Cadeia do Espinhaço têm sofrido enorme pressão agrícola e pecuária. Grandes e pequenas propriedades têm cada vez mais avançado sobre estas terras na intenção de expandir as pastagens e as áreas de cultivo, inclusive com uso de fogo. Outro problema muito frequente é a atividade de empresas mineradoras. Além do grande impacto que causam no ambiente como um todo, em geral seu modo de operação consiste, de início, justamente na retirada das camadas superficiais do solo, sobre as quais encontram-se instaladas as espécies herbáceas. A distribuição geográfica das espécies, geralmente restrita a pequenas áreas, associada à destruição do habitat (fogo, garimpo, mineração, expansão da agricultura e pecuária) e ao extrativismo de semprevivas, contribuem para que Eriocaulaceae seja uma das famílias mais ameaçadas dos campos rupestres do estado de Minas Gerais (Costa et al., 2008).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA 2008). (DD) Deficiente de dados

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada Provavelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha de Minas Gerais (Deliberação COPAM 085/97. Conselho Estadual de Política Ambiental, Minas Gerais). Provavelmente extinta.

Referências

- HENSOLD, N. Morphology and Systematics of Paepalanthus Subgenus Xeractis (Eriocaulaceae) Morphology and Systematics of Paepalanthus Subgenus Xeractis (Eriocaulaceae). Systematic Botany Monographs, v. 23, p. 1-150, 1988.

- HENSOLD, N. Paepalanthus subg.Xeractis ( Eriocaulaceae): Notes and Nomenclatural Changes. Phytologia, v. 84, p. 24-27, 1996.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- SCATENA, V. L.; ROCHA, C. L. M. Anatomia dos Órgãos Vegetativos e do Escapo Floral de Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl., Eriocaulaceae, da Serra do Cipó - MG. Acta Botânica Brasílica, v. 9, n. 2, p. 195-211, 1995.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Paepalanthus ater in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Paepalanthus ater>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/02/2012 - 12:00:29